quinta-feira, junho 14, 2007

amantes constantes

É sobre liberdade, acho. E a sensação inexplicável de que deveria haver algo mais na vida, pelo que lutar e pelo que viver, e que, não sendo encontrado, só deixa vazio, uma falta que nem o suposto amor preenche. Porque ao lado do amor está uma procura que não cessa. Ou porque o amor é sempre outra coisa. Ou porque, como diz a mocinha quando olha bem nos nossos olhos em pleno cinema e nos fuzila, "a solidão que existe no coração de cada homem é inacreditável".
Philippe Garrel nos faz crer - de verdade - que a ressaca de 68 deve mesmo ter sido horrível, e que a ânsia daquela juventude só poderia mesmo transbordar, parcialmente sufocada. Ok, Sr. Garrel! Mas nestes dias em que não parece restar nem sombra daquelas barricadas, e em que a ânsia, a insatisfação e o desconforto são para os tolos; enfim, onde tudo é cinismo e "narcisismo desvairado", há muitos que também precisam de ópio...

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